domingo, 28 de novembro de 2010

Querido papai do céu, livrai-me do aumento da nota de corte, amém !

Interpretando os fatos: as metáforas da vida (y)


Ah eu acho que tô ficando louca. As minhas poucas e últimas células sans, meus únicos traços de sobriedade, parece que estão sendo roubados dia após dia.
Eu tô vendo tudo à luneta e microscópio...essa proximidade toda assusta, sabe?
E ver que a possibilidade de se morrer jovem e com planos é real, ver que você pode estar bem hoje e não estar aqui amanhã, ver que em frações de segundos, passeios de bicicleta, moto, almoço, risada, sol forte e até uma ida à padaria mais próxima pode simplismente ser o último segundo, piscar e suspiro dessa vida que a gente leva tanto e tão pouco ao mesmo tempo, são dados no mínimo, muito intrigantes. Não, não me venha chamar de fúnebre. Muito menos de pessimista. É que, sinceramente? Dá medo. Eu tenho essa mania maldita de brisar nas coisas, pegar os fatos como se fossem pergaminhos bem comprimidos e os desenrolar, um por um, e digerir os assuntos, e pensar muito, por mais lento que seja o processo. E ver primo, amigo, cachorro, gato, papagaio indo embora tudo tão novo, me cheira a sussurro da vida, bem repetido e pausado, dizendo pra gente viver mais, sorrir mais, amar mais, curtir mais de cada um a nossa volta, empregar melhor o nosso tempo, tomar mais banhos de chuva, se sujar mais de barro, falar mais bobeira, olhar mais, admirar mais, e pasme, falar menos. 
A cada pesar eu sinto que maior é a minha responsabilidade de ser feliz aqui e agora. Vem o choro, vai um amigo, fica uma lembrança, e a certeza de que ontem foi um, hoje outro, amanhã pode ser eu ou você que está lendo. Por que não ter prazer em respirar e em olhar pro céu, em brincar com cachorros e fazer alguém se alegrar? 
"Não menospreze o dever que a consciência te impõe; não deixe pra depois, valorize a vida~"

Anderson, Fernando e Ricardo, esse foi pra vocês... olha por nós daí, galera!

Jah bless


Jéssica R.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

"A todos é dado uma estrela; uns conseguem fazer dela um sol e outros nem conseguem vê-la"

quinta-feira, 11 de novembro de 2010


foto auto-explicativa .

terça-feira, 9 de novembro de 2010

"Ter uma vida. Ter um emprego.
Ter uma carreira, uma família.
Ter uma televisão grande... máquina de lavar,
carros, toca-discos, abridor de latas elétrico.
Ter saúde, colesterol baixo, seguro dentário.
Ter prestações fixas para pagar.
Ter uma casa. Ter amigos.
Ter roupas e acessórios que combinam.
Ter um terno feito do melhor tecido.
Se masturbar domingo de manhã pensando na vida.
Sentar no sofá e ficar vendo televisão...
Comer um monte de porcarias.
Acabar apodrecendo no final...
Ter uma família e se envergonhar dos filhos egoístas que pôs no mundo para substituí-lo.
Ter futuro. Ter uma vida.
Por que eu iria querer isto?"

(não sei o autor)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Camisa de Força .

  Não se sabe ao certo quando e como tudo começou. Talvez no primeiro suspiro na ala de parto, num hospital do Bexiga em 1991. Talvez em 2007, quando começou a estudar publicidade e propaganda. Ou em 2010, quando notou algumas realidades. Parece que ela simplismente adormeceu por 18 anos e apenas agora despertou para a incontestável verdade de que as coisas não são como deveriam ser. Mas Deus, em sua soberana justiça e sabedoria, sabe o que faz escrevendo certo por linhas retas que nós fazemos questão de entortar. E colocou na vida daquela garota cega pessoas e fatos que a fizessem enxergar; mesmo que o processo demorasse um pouco.
Ao longo do curso de marketing, foi notando lentamente os movimentos de uma indústria que ela diria "embreagadora", por entorpecer uma maioria esmagadora, convencendo-a de que seus produtos não são nocivos, são saudáveis e de que a compra deles não resultaria em mal algum à nada ou ninguém.
Mas o grande choque, sem sombra de dúvida, foi em sua experiência como vendedora de cartões de crédito. O dever era induzir a pessoa à compra a qualquer custo, sem se importar com sua renda, suas condições ou coisa alguma. O que ela sentia com relação a isso ia muito além da mera "dó de quem não tinha dinheiro", era respeito e compreensão de que não era justo converncer alguém com 14 filhos e renda de R$300 por mês de que um cartão de crédito seria economicamente viável e vantajoso. Não demorou muito pra que a pressão exercida em sua mente se convertesse em problemas de estresse e ela se demitisse.
Quando se deu conta, viu o quanto a maioria trabalhava no escuro, sem ver o que faz, e amordaçada por não usar a boca como instrumento de protesto. Viu que no fundo, a escravidão não foi abolida, mas apenas mudou de figura: ou você colabora com o sistema, ou passa fome.
E esse sistema te engole, te enlouquece. Não é difícil você se deixar envolver por ele. Ele está nas suas roupas, nos cosméticos, naquilo que você come e na mídia. E te faz adoecer cada vez mais.
Os dias passam, e mais uma pessoa com distúbio alimentar como bulimia ou anorexia surge. Mais um rapaz sofre de parada cardíaca ao injetar em si mesmo anabolizantes para cavalos de corrida. Mais moças abortam em clínicas clandestinas. Mais árvores são cortadas, mais casacos de pele são vendidos, mais carros são fabricados e mais pessoas acham que coca-cola mata a sede. Mais e mais os humanos correm atrás de dinheiro como ratos em roda correm atrás do queijo. E quanto mais segundos passam, maior é o nojo e também a certeza da menina de que ela não quer mais contribuir com isso.
Será que é demais ela querer ser feliz nessa porra? Será que é muito querer liberdade, respirar liberdade, sentir liberdade?
Ah, cansei de falar na terceira pessoa...rs
Só sei que eu acuso e recuso isso tudo que o mundo diz que é muito e que tem pra me dar. E se eu gostar de arte? E se eu gostar mais de chuva, sol, praia, cachoeira e cheiro de grama do que calça da Daslu e shoppings centers? E se eu não quiser mais fazer parte disso?
Vão me chamar de louca, de sonhadora, de revoltada, de vagal...eu já ouvi muito disso e nem cheguei aos vinte...e sei que nada disso é verdade. A única coisa que eu sei é que a melhor forma de mudar o mundo é mudando a mim mesma. E eu não estou satisfeita com o mundo como está, e você?
É de amor que o mundo precisa. É de consciência que o mundo precisa. Todos têm um universo por dentro, mas não conhecem mais que um cômodo. E se cada um conhecesse a própria força, a própria luz, e a energia potencial armazenada, empoeirados seriam os sofás e gastos seriam os sapatos.

Merecemos tudo o que há de melhor nesse mundo, e sem a mínima culpa. Mas temos que mudar nossos conceitos sobre o que é realmente o melhor.
:D


Jéssica R.