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Bandeira Branca, por Nuno Ramos |
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Djan Ivson, pichador |
"Liberte os urubu", que na verdade deveria ser 'Liberte os urubus e os pixadores de BH', se a obra de Djan Ivson não houvesse sido interrompida, foi bafafá na capital paulista do último sábado do mês de setembro. Mas a arte exposta na 29ª Bienal Internacional de Arte em São Paulo era outra: entitulada 'Bandeira Branca' pelo autor Nuno Ramos, a 'obra' é formada por três esculturas grandiosas que sugerem túmulos, em que no alto de cada uma há tipos de chaminés em que se encontram urubus, e estes fazem parte do monumento artístico exposto. Estes urubus quase não saem e lá deverão ficar até o dia 12 de dezembro deste ano.
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De parte da natureza à detalhes de uma obra |
Quando fiquei sabendo do ocorrido através de um noticiário matinal que eu assistia ao lado de meu pai, quase aplaudi. Mas me contive em dizer: 'quem é o artista e quem é o criminoso?' Brother, eu fiquei (puta) re-vol-ta-da na hora, mas me enche a alma a satisfação de saber que a juventude não está perdida. A declaração da Fundação Bienal de São Paulo, em que disseram 'repudiar episódios de vandalismo e violência' é contraditória, já que permitiram esse ato de vandalismo e violência contra a natureza dessas aves; mesmo que marginalizadas pelo olhar humano no reino animal, são seres que merecem sua liberdade como qualquer outro (apesar da obra atender à todos os requisitos e 'procedimentos legais' no assunto). Em contraponto, o pixador Djan (legítmo autor de uma obra artística) disse fazer uma analogia entre os urubus presos na obra e eles, pichadores. 'Também somos demonizados, enxergamos as cidades do alto dos prédios e sobrevivemos de migalhas da sociedade, assim como a população da periferia'.
Eu, Jéssica, declaro ser extremamente contra a pichação por pichação. E a favor de todo grito de protesto. Contra a exploração animal. A favor de uma arte limpa.
Jéssica R.