quarta-feira, 8 de junho de 2011

Break on through, to the other side


Paralelo era o mundo em que ela se encontrava. As coisas pareciam-lhe mais interessantes, os fatos tinham mais importância e os sons, ah, os sons...ecoavam em sua mente, iam se afastando lentamente. O tempo ganhara outra medição, de outro planeta, galáxia ou fosse o que fosse. E ela diminuiu. Ou melhor: ganhou consiência do quão pequena era. A impressão era de que ela passou a vida inteira de olhos vendados, e repentinamente os descobriu, descobrindo também o mundo. Beleza, magia, miséria, tudo mostrava-se tão despidamente à ela, e ela, tão pequena que era e tão frágil que estava, notava as sutilezas que antes lhe passavam despercebidas. E já não havia mais linha tênue que distinguisse o real do imaginário; as verdades da mente e as verdades do mundo haviam finalmente se encontrado, fundiram-se e se transformaram em uma só. O caminho estava traçado, ela pôs-se a cruzá-lo...o outro lado é encantador, assustador e maior. O outro lado é a verdade da qual fugimos.

Jéssica R.