sábado, 18 de dezembro de 2010

controlando minha maluquez

Ser sonhador não é fácil em um mundo em que te ensinam que tempo é dinheiro. Que aproveitar a vida é encher a cara ao menos aos sábados, sem pular um.
É bobeira olhar pro céu, ver as estrelas, fazer hora na garoa só pra sentir cada glóbulo d'agua tocar a pele, sentir o cheiro de grama, desenhar, cantar, dar risadas sinceras e beijar sempre como se fosse a última vez. Pensar no outro não é, assim, uma grande necessidade. Às vezes, é difícil enxergá-la como opção.
Mais vejo as pessoas tomando atitudes velhas precocemente, e desperdiçando um brilho inocente e alegre de criança. A mortalidade entre idosos diminuiu, é verdade; o que de forma alguma quer dizer que as pessoas estão vivendo mais; acho que sobreviver substitui bem o vocábulo.
Mas sabe, por mais foda que seja, algumas vezes até bate aquele "orgulho saudável" de manter viva a vontade de viver e o hábito de sonhar. Não como que o mérito fosse somente meu; pretensão a minha seria se assim pensasse. É Deus guiando sempre essa filha que às vezes se faz de surda, cega, enfim...
E eu tenho visto essa vida sendo tão maravilhosa comigo. Me ajudando a abrir várias janelas da minha mente...me fazendo enxergar coisas que antes passavam despercebidas. 
Eu ando vendo as pessoas enrijecidas, há dureza nas palavras, e não pensem que eu fujo disso...é bem verdade que minha paciência nunca foi a maior do mundo. Mas tenho convicção de que já foi MUITO pior, e isso é o que me alivia. 
Acho que meu maior defeito e qualidade em conjunção é o de saborear. É o segredo da felicidade, saber sentir prazer nas coisas, mas quando você quer abraçar o mundo, viver na linha do horizonte, conhecer tudo, sentir tudo, as pessoas não te aceitam. E parece bobeira se preocupar com a aceitação alheia, mas quando a sua liberdade depende do que algumas pessoas vêem de você, é como manter ave de rapina em gaiola.
O que eles não entendem é que eu já não engulo seus soníferos, e que a gaiola que me deram já não serve mais. Não quer dizer que eu não os ame com tudo o que eu tenho, mas sim que eu já não aguento mais ser podada como as árvores da cidade.


eu só digo uma coisa: me aguardem

Jéssica R.

Um comentário:

  1. idem...

    desabafo perfeito nas palavras, Fênix!

    grande prazer ter lhe conhecido, maior será pessoalmente com a graça de Deus, que o mesmo lhe abençoe e clareie novas palavras a nós, aprendizes

    ResponderExcluir