quinta-feira, 1 de julho de 2010

The tree


E agora eu me vejo aderindo a amores de liquidação: funcionando à curtíssimo prazo apenas. São aqueles relacionamentos tipo Mc Donalds, que matam a fome na hora, e a sua saúde do dia seguinte. Cansei dos amores cultivados, da espera entre um sol forte e uma chuva ou outra, de dar o melhor de mim pra que aquilo cresça e dê certo, e um problema vir como um trator, destruindo tudo aquilo que criei como se fosse meu. Eu acreditei por vezes, que minha fosse a história; quem me dera. Depois do trator, ficaram apenas alguns pedaços das folhas e dos galhos, espalhados pelos meus caminhos. Não são muitos, e nem são grandes; mas às vezes é inevitável não me deparar com uma parte daquela muda que um dia eu quis que fosse uma árvore daquelas bem enormes. E aí, ao ver os restos da muda, eu me lembro do quanto o sol me cegou, do quanto cuidar da terra feriu minhas mãos, de quantas tardes de descanso eu sacrifiquei pra proteger meu pé-de-quase-amor da chuva, pra que ela não o levasse embora. Tudo o que eu posso fazer agora é olhar para cima e rezar pra não tropeçar em algum galho da história. Por que não semear um amor novamente, pra que ele cresça? Porque eu já não sei onde deixei minhas sementes.
Tudo o que eu quero agora é matar em mim as últimas sobras de nós dois.

Jéssica R.

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